Nossa Historia

HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PILAR DO SUL

Fatos ocorridos por ocasião nascimento da idéia para fundação e construção de um hospital de médio porte em Pilar do Sul:

Idéia esta que nasceu na cozinha da casa do Dr. José Batista de Proença, ocasião em que este recebia os diretores do Sindicato Patronal Rural para uma reunião com os Srs: Hiromi Nagahama, Paulo Saito, Aldo Mazzer, Dr. Antonio Pereira Filho, Pedro Antonio de Carvalho, Hiroshi Minami e Roque Takeo Takahashi. Após a reunião num bate papo, analisando a administração publica de Pilar do Sul, gestão Dr. Cláudio Francisco de Oliveira, o Dr. José Batista de Proença falou sobre a precariedade na área da saúde, a qual precisaria com urgência de uma atitude por parte das lideranças do município. Conscientes da necessidade de melhoramento no atendimento ao publico na saúde em Pilar do Sul, em face da existência de poucos médicos. O campo de trabalho era muito amplo para a entrada de outros profissionais da área que aqui pretendiam trabalhar, mas, só existia na cidade o Hospital Geral de Pilar do Sul, pequeno e particular de propriedade do Dr.Cláudio Francisco de Oliveira, prefeito municipal, e o Dr. Tikara Otomo. Trabalhavam também no hospital mais dois médicos, Dr. Lazaro de Carvalho anestesista e outro clinico o Dr. Jodi Tanaka, e a equipe de enfermagem, o qual em face do seu tamanho era impossível a contratação de mais médicos. O hospital geral tinha um pequeno convenio com a prefeitura para atendimentos de urgência (acidentados e casos apresentados pela policia) e mais nada de convenio que pudesse dar atendimento gratuito a população carente  O prefeito na época  achava inviável a implantação de um hospital de médio porte, mas, os idealizadores achavam que somente com ele possibilitaria a vinda de diversos médicos e que certamente iriam trabalhar no hospital e montar seus consultórios particulares na cidade, oferecendo melhores condições de atendimento na saúde aos munícipes.

O Posto de Saúde na época estava sobre a responsabilidade do Dr. Carlos Prestes de Barros, com atendimento muito precário e limitado por falta de equipamentos técnicos, tendo que encaminhar todos os casos mais graves para Sorocaba. Esta tomada de consciência por parte dos diretores do Sindicato Patronal Rural bastou para que se abrisse o diálogo com os demais lideres da comunidade.

Para amadurecer a idéia formou-se um grupo maior, com os lideres da comunidade, para estudos e viabilidade do assunto, os quais após terem pesquisado e avaliado o assunto, opinaram pela viabilidade, sabendo que teríamos dificuldades, mas, se quiséssemos mudar a situação da saúde em Pilar do Sul teríamos que ir a luta. As reuniões passaram a serem realizadas na casa do Dr. Hideo Kuruiwa, na rua cinco de novembro 349 centro.

A idéia começou tomar corpo e através de reuniões com lideranças da comunidade, tais como; Autoridades Políticas, Católicas e Evangélicas, Sindicato Patronal Rural, Assistentes Sociais, Comércio, O.A.B e outras, as quais foram chamadas para tomarem conhecimento e opinarem sobre o assunto.

Na primeira reunião na casa do Dr. Hideo Kuruiva contamos com a participação do Agente Regional do INSS de Sorocaba, o Dr. Jorge Narciso, apoiando e incentivando o amadurecimento da Idéia e colocando os seus préstimos a disposição do grupo.

As reuniões eram sempre dirigidas sob a liderança do Dr. José Batista de Proença, que com  sua peculiaridade soube contagiar os demais lideres da  necessidade de se construir um hospital em Pilar do Sul.

A participação do padre Benedito Mariano, na época responsável pela Paróquia de Pilar do Sul, deu aos participantes das reuniões, grandes incentivos, mesmo sabendo que se tratava de uma difícil empreitada e execução, sugeriu que o hospital tivesse o nome de Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul, sob a proteção da Santa Maria Gorétte, e que todos os participantes da assembléia seriam irmãos; sugestão aceita pelo grupo. Em todos os lugares onde Ele fazia a Liturgia Paroquial, aproveitava para divulgar a Idéia.

A cada reunião que realizávamos o grupo tornava-se mais sólido e unido na consolidação do projeto.

Com plena consciência sobre o assunto após varias reuniões, passou-se a discussão do Estatuto, o qual ficou sob a responsabilidade do Dr. José Batista de Proença, Dr. Antonio Pereira Filho, José de Almeida Rosa e José Jorge  de Almeida Rosa, para estudos e montagem de um esboço, tomando por base os estatutos da Santa Casa de Santos, Santa Casa de São Paulo e Santa Casa de Marilia. Alguns dias depois apresentaram para o grupo, o esboço, o qual, depois de discutido e achado conforme, foi elaborado o Estatuto para ser submetido à Assembléia de fundação, a qual foi marcada para dia, vinte de julho de mil novecentos e oitenta e três. Em seguida Assembléia de fundação, haveria eleição e posse da primeira provedoria.

Após muitas trocas de idéias foi montada pelo grupo de estudos uma chapa

para concorrer a eleição, ficando livre a apresentação de outras chapas pelos convidados que participavam, os quais passaram a fazer  parte da Irmandade.

 

Composição da chapa elaborada pelo grupo de estudos:

Mesa Administrativa:

Presidente – Benedito Ferreira de Campos

Vice Presidente – Padre Benedito Mariano

Tesoureiro – Miguel Francisco de Toledo

Vice – Antonio Pereira Filho

Secretario Narciso José

Vice – José Jorge de Almeida Rosa

Mesários:

Orlando Estevam de Oliveira

Zaar Dias de Góes

Helio Rugine

Benedito de Paula Rosa

Yasuo Iwai

Conselho Fiscal:

Miguel José Maciel

Francisco Urias de Moura

João Batista Lacerda

Mario Mendes de Moura

Vicente Ribeiro de Carvalho

Suplentes:

José Luiz Pereira

José Benedito de Carvalho (Zélão)

Paulo Edson Alves

Conselho Deliberativo:

José Batista de Proença

Hideo Kuruiva

Hiromi Nagahama

Paulino Ribeiro de Carvalho

Pedro Antonio de Carvalho

Roque Takeo Takahshi

José de Almeida Rosa

Anastácio de Gouveia Vieira Coelho

Dionísio de Toledo

Hiruyuki Miagi

Reinaldo Gonçalves

Suplentes:

Francisco Garcia de Sales

Hiroshi Minami

Mario da Silveira Diniz

Tadao Morioka

Milton Morales

 

O grupo de estudos enviou aproximadamente 80 convites a pessoas da comunidade, 60 compareceram e votaram na assembléia de fundação na sala de palestra da Igreja – Paróquia Bom Jesus do Bom Fim.

 

ATA DA ASSEMBLÉIA DE FUNDAÇÃO, APROVAÇÃO DOS ESTATUTOS E POSSE DA PRIMEIRA PROVEDORIA.

 

Aos vinte dias do mês de julho de um mil novecentos e oitenta e três, as vinte horas, na sala de reuniões da Igreja Matriz, sob a invocação da Santa Maria Gorette, reuniu-se a comunidade pilarense para deliberar sobre a fundação e aprovação dos Estatutos da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul. Por aclamação foi designado um presidente provisório, na pessoa do Padre Benedito Mariano, que escolheu para secretariar os trabalhos o Sr. Antonio Pereira Filho, dando inicio a reunião o Digníssimo Presidente Provisório fez uma explanação sobre a fundação da Santa Casa, a sua finalidade, a necessidade do povo unir-se em torno dessa obra, para vermos realizada. O Sr. Presidente submeteu a todos os presentes a idéia da fundação, a qual foi aprovada por unanimidade de votos. A seguir foi apresentada a Assembléia, os Estatutos da Irmandade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul. Submetido a Assembléia, os Estatutos foram aprovados por unanimidade de votos. Ninguém fazendo uso da palavra, o presidente determinou que se lavrasse a presente ata que vai assinada por todos os presentes. No mesmo local e mesmo dia, as vinte e uma hora e vinte minutos, realizou-se a Assembléia Geral que elegeu e empossou a Diretoria, Conselho Fiscal e Deliberativo. A única chapa apresentada foi a que o grupo de estudo montou, a qual preencheu todos os cargos. (vide acima) O presidente provisório deixou os demais presentes com a liberdade para a formação de outras chapas para concorrer com a chapa do grupo, mas, ninguém tomou a atitude de apresentar outra chapa.

Colocada a presente chapa para discussão e aprovação, não tendo sido apresentada mais nenhum nome e nem mesmo mudança alguma na chapa apresentada, a mesma foi aprovada por aclamação, por unanimidade de votos. Após dada a posse a presente Diretoria e Conselho Fiscal e Deliberativo, o presidente recém empossado, Benedito Ferreira de Campos, como primeiro ato, aproveitando a presença do Sr. Prefeito Municipal e dos Vereadores, fez a entrega de um oficio solicitando uma área no Bairro do Campo Grande para a construção do prédio da Irmandade ao Sr. Prefeito Municipal, Dr. Cláudio Francisco de Oliveira, o qual comprometeu-se a enviar o projeto de doação da área solicitada a Câmara Municipal, cujos vereadores por sua vez, comprometeram-se a aprovar o referido projeto e fizeram questão de assinarem no verso do oficio firmando o comprometimento. Antes de encerrar fez uso da palavra o Sr. Prefeito Municipal e o Padre Benedito Mariano, em seguida o presidente  usou da palavra, dizendo da necessidade de cada um de colaborar com as  campanhas e divulgação da idéia, somando  as forças para atingirmos o objetivo da construção do hospital, agradeceu mais uma vez a confiança nele depositada, sabendo ser uma difícil empreitada  mandou lavrar a ata que foi assinada por todos os presentes.

 

Grupo que participou dos estudos:

 

Dr.José Batista de Proença – Presidente Sindicato Patronal Rural

Dr. Hideo Kuruiva – Cirurgião Dentista

Dr. Antonio Pereira Filho – Advogado

Padre Benedito Mariano – Representante da Paróquia de Pilar do Sul

Zaar Dias de Góes – Agricultor-representante da Igreja Presbiteriana

Benedito Ferreira de Campos – Comerciante

Dr. Narciso José – Advogado

José de Almeida Rosa – Contador

Hiromi Nagahama – Agricultor

Pedro Antonio de Carvalho – Agropecuária

Francisco Garcia  Sales – Comerciante

Roque Takeo Takahashi – Agricultor

José Jorge de Almeida Rosa – -Despachante

Hiroshi Minami – Agricultor

Paulo Saito – Agricultor

Miguel Francisco de Toledo –  Comerciante

Dionísio de Toledo – Comerciante

Orlando Estevam de Oliveira – Assessor do Prefeito Municipal

Mario Nagahama – Agricultor

Dr. Jorge Narcizo – Agente do I.N.S.S.

 

Após a fundação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul, só nos restava partir para ação, mas encontramo-nos logo de inicio em um grande problema apresentado pelo Sr. Prefeito Municipal o qual relutava em não liberar doação da área solicitada pela Irmandade pois aquela área não estava registrada no Cartório de Registro, o que lhe causava duvidas para efetivar a doação. Com a indecisão do Sr. Prefeito quanto a legalidade, a diretoria concluiu, que não seria pela falta de doação pela Prefeitura daquela área escolhida no bairro do Campo Grande, que tudo podia ir por água abaixo, pois o terreno foi preparado e a semente lançada, era preciso que dela fosse cuidada, ceifar as ervas daninhas e fazê-la crescer e dar frutos. Os obreiros a essa altura eram muitos que aplaudiam e apoiavam a Idéia. Fazer o que? Após uma troca de idéias com meu secretario o irmão Dr. Narciso José,  eu propus que nós fizéssemos uma visita ao ex prefeito Antonio José Ayub, para uma possível doação de uma área de terra. Falamos com Ele por telefone este nos marcou o horário em que poderíamos nos atender e por sinal muito curioso para saber qual o assunto, só dissemos ser também do seu interesse. Fomos recebidos pelo Sr. Antonio José Ayub, em seguida falamos a ele que na duvida da legalidade da doação pelo prefeito Dr. Cláudio Fco. de Oliveira, estamos aqui solicitando VS. Uma gleba de terra em um canto de sua chácara. O Ex – Prefeito ciente do problema que a Irmandade vinha enfrentando para encontrar um terreno para iniciar a construção, após uma consulta por telefone com sua esposa sra Ivete Ayub, gentilmente ofereceu para a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul, uma área com 4.000 metros quadrados de terra em um canto de sua chácara, em frente o Largo Olegário Batista (largo das bolas).   Com a concordância de sua esposa, firmamos lá mesmo no escritório da S.A.F. um documento de compromisso de doação assinado pelo Sr. Antonio José Ayub e a Sra. Ivete Ayub, por mim Benedito Ferreira de Campos – Provedor e Dr. Narciso José, secretario da Irmandade.

Próximo passo: mandamos fazer levantamento topográfico, a medição e demarcação da área e em seguida começamos a pensar na terraplanagem, mas como até a presente data nada tínhamos em caixa, só nos restou pedir também o serviço de terraplanagem, que foi executado pelo irmão Zaar Dias de Góes e os irmãos Hiromi e Mario Nagahama.

Após a execução da terraplanagem na área, a diretoria achou necessário fazer o lançamento da pedra fundamental para a construção do prédio  hospitalar da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul, num ato solene com a presença de autoridades, políticas, religiosas, representantes de classes e com a presença também o Agente Regional do INSS o Dr. Jorge Narciso, que fez um belo pronunciamento de apoio ao projeto. Fomos aplaudidos pelos presentes, que nos deram animo e coragem para enfrentarmos a difícil empreitada para o bem da nossa comunidade. O evento foi animado pela banda musical Lira Pilarense, a qual também deixou registrada a sua contribuição em prol da Santa Casa.

Não sendo possível fazer despesas sem caixa, convocamos uma reunião para discutir e resolver o problema e tomamos a seguinte decisão: cada irmão da diretoria emprestaria de imediato para a irmandade a importância de Cr$1.000,000 para fazer frente a despesas com projeto e outros. Empréstimo este que após alguns meses, foi transformado em doações para a entidade, visto que a mesma não tinha como honrar tal compromisso. Com a terraplanagem pronta o passo seguinte seria o projeto, mas por tratar-se de hospital, seria necessário de um profissional com conhecimento hospitalar na matéria de projetos. Após algumas consultas em hospitais de Sorocaba, indicaram-nos o Dr. Seije, o qual depois de contatá-lo por telefone recebeu-nos em seu escritório e ouviu a historia do projeto da Irmandade da Santa Casa,da nossa dificuldade financeira, e da necessidade hospitalar da comunidade pilarense. Sensibilizado com a vontade da diretoria da Irmandade, achou por bem fazer também a doação do serviço profissional na elaboração do projeto, e o acompanhamento na Secretaria da Saúde em São Paulo, ficando para a entidade somente as despesas das custas processuais.

Quando começamos a conversar com o Dr. Seije a respeito da elaboração do projeto o Sr. Prefeito Municipal Dr. Cláudio Francisco de Oliveira, pensando melhor sobre o assunto, e levando em conta a quantidade de votos recebidos por ocasião da eleição do povo pilarense, conhecedor dos problemas da saúde, numa atitude digna de reconhecimento humanitário, resolveu fazer a doação da área solicitada pela irmandade da Santa Casa, no bairro do Campo Grande, Av. Papa João XXIII n. 1038, ignorando o problema da legalidade, visto que o projeto já tinha passado pela Câmara Municipal, e como tratava-se de um local mais apropriado para o hospital devido o acesso por todos os lados, a Irmandade achou por bem dispensar a área do Sr. Antonio José Ayub, direcionando o projeto para a nova área.

A escritura de doação, aconteceu no mesmo dia em que o sr. Prefeito Municipal fez o comunicado confirmando oficialmente a doação da área à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul. Procurado o Cartório Local, a pessoa responsável alegou ser impossível lavrar o documento naquele dia, somente o faria três dias após. Havendo pressa por parte da Irmandade, visto o andamento do projeto em outra área, optamos de conformidade com o Sr. Prefeito Municipal em lavrar a escritura de doação na cidade de Sorocaba, o qual designou um procurador para efetivação do ato que aconteceu no Segundo Cartório de Registro Rolim, situado na Praça Frei Baraúna, Sorocaba.

A partir desse dia tivemos a certeza de que concluiríamos a difícil empreitada, porque desta vez Prefeitura e Irmandade olhavam para o mesmo horizonte com o mesmo ideal, para o bem da coletividade. Voltamos novamente a conversar com o Dr. Seije a respeito do novo endereço do projeto, desta vez com mudança definitiva. Depois de dois meses o projeto ficou pronto, só dependia da aprovação por parte da Secretaria da Saúde de São Paulo, na companhia do secretario Dr. Narciso José, do engenheiro Dr. Seije e eu Benedito Ferreira de Campos, presidente da entidade, protocolamos o projeto na Secretaria. Achávamos que somente teríamos que aguardar a sua aprovação por tratar-se de uma obra de fins sociais e sem fins lucrativos, ai é que houve o engano, o projeto ficou emperrado e sem aprovação, o que levou-nos fazer muitas viagens a São Paulo para cumprir e explicar detalhes para a aprovação do projeto. Mesmo tendo comprido todas as solicitações, a aprovação não acontecia com argumentos evasivos até que numa dessas viagens fui recebido  por uma engenheira da Secretaria de Saúde a qual me atendeu grosseiramente  onde eu respondi a altura e fui ameaçado pela mesma em mandar prender-me por desacato, o que não me intimidou e após termos abaixado as vozes, esta solicitou que eu voltasse na semana seguinte porque seu chefe voltaria das férias, não havendo outra solução o remédio foi aguardar e mais uma viagem perdida. Na semana seguinte entrei em contato com o engenheiro chefe e este solicitou que eu fosse ao dia seguinte na Secretaria de Saúde Estadual. Mais uma vez lá estive e após alguns esclarecimentos e correção de alguns detalhes, finamente trouxe o projeto aprovado depois de cinco meses de espera.

Quando fizemos a apresentação publica do projeto havia ainda muitas pessoas da comunidade que não acreditava na implantação e construção do hospital denominado Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul, com argumentos sem fundamentos. Interessante relatar que um dos quais fez duras criticas com referencia a construção do prédio da Santa Casa,hoje é um dos que faz espontaneamente grandes campanhas para levantar fundos para a Santa Casa, outros negaram em colaborar dizendo ser ricos e nunca iria precisar da Santa Casa, tiveram que engolir seu orgulho e dentro dela morreram.

Onde arrumar dinheiro? Saímos á procura: Marcamos uma audiência com Secretario da Saúde do Estado de São Paulo Dr João Yunes, o qual nos atendeu no Sanatório de Piratingui, ocasião em que  Ele estava no local em visita, fomos bem recebido e o mesmo convidou-nos a acompanhá-lo e no final nos atenderíamos. Aguardamos o momento da audiência, mas a resposta foi imediata, lamento muito mas, não posso atendê-los porque o estado não tem verbas para construções de Hospitais. Acompanhou-me nesta audiência o irmão e vereador o Sr Orlando Estevam de Oliveira. Após novos contatos em São Paulo feito pelo Irmão Dr. José Batista de Proença, marcamos um novo encontro com um representante de um determinado deputado, para possível empréstimo federal a fundo perdido, surpresa: tratava-se de empréstimos com altos juros e mais comissões, com aval dos diretores, mais uma vez nada feito.

Não nos restava alternativa senão contar com a boa vontade da comunidade. Deflagramos uma ampla campanha, falada e escrita na comunidade em prol da Construção do Hospital da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul. A diretoria dividiu-se em grupos e visitamos empresas e entidades associativas para maiores esclarecimentos. A campanha teve uma aceitação de imediato pelos pilarenses, que em poucos dias ofereciam para a entidade 140.000 tijolos, é importante ressaltar, assim como muitos ofereceram altas quantidades, outros que ganhavam o suficiente para o sustento da família, faziam questão de oferecerem espontaneamente pequenas quantidades, em que por diversas vezes tentei em recusar a oferta, porque eu sabia que estavam tirando do seu próprio sustento para colaborarem com o projeto, mas afirmando-os da necessidade de se construir um Hospital em Pilar do Sul insistiam nas ofertas. Recebemos doações de madeiras para estaqueamento,  para andaimes , caixas de concreto e para o madeiramento, telhas para telhado todo, areia, cal, cimento, doações em dinheiro etc… A essas alturas só restava começar nova terraplanagem, a qual foi solicitada para a Prefeitura Municipal e tivemos o pronto atendimento. Para o inicio da obra enviamos ao vice Prefeito Municipal Sr. Dionísio de Toledo, o qual estava assumindo a Prefeitura por ocasião do licenciamento do Dr. Cláudio Fco. de Oliveira,  solicitando uma verba mensal para custeio dos pedreiros e serventes, solicitação esta que foi aceita pelo Sr. Prefeito, o qual não encontrou nenhuma objeção por parte da Câmara Municipal, e em um ato solene na presença de autoridades Políticas, Religiosas e da Irmandade, no recinto da Irmandade da Santa Casa, aconteceu a assinatura do primeiro convenio da Prefeitura com Irmandade, no dia 19 / 04 / 1985, no valor de Cr$ 60.000.000, que foi dividido em 12 parcelas de Cr$5.000.000. Mais uma vez contamos com a presença da banda musical Lira Pilarense.

Ao terminar o meu mandato de dois anos entreguei a obra com o vigamento  baldrame pronto para começar o assentamento dos tijolos.

Não seria possível a implantação do Hospital da Santa Casa, sem os protagonistas que nesta história tomaram parte, aqueles que eram contrários, e criticavam o projeto pensando fazer com que o mesmo fosse por água abaixo, enganavam-se, pois eles despertaram os nossos espíritos de luta e nos davam força espiritual muito grande para os que lutavam pela saúde, força esta que contaminava toda comunidade, pois já era sabido o quanto era importante à construção do Hospital. Aqueles que aplaudiam e nos apoiavam, fortaleciam e nos empurravam mais e mais para a luta “AVANTE, VENCEREMOS”. Houve muitos altos e baixos por ocasião da construção e a implantação do Hospital da entidade, discordância entre os próprios pioneiros e de membros da comunidade. Mas graças ao bondoso Nosso Senhor Jesus Cristo o bom senso Venceu e Aí Está a Santa Casa. Todo o trabalho as dificuldades encontradas pelo caminho valeu o sacrifício, pois funcionando bem ou mal nós podemos contar com o hospital da Santa Casa, muitas vezes criticado, achincalhado e difamado por muitos “pobres e ricos” mas, na hora do aperto em que alguém adoece, a primeira coisa que lembramos é da Santa Casa, porque sabemos que lá, tem médico e enfermeiras vinte e quatro horas e quando não há como solucionar o problema, faz o encaminhamento para maiores centros com hospitais qualificados.

Então poderíamos até chamar a Santa Casa de “Casa Santa”, que mesmo em dificuldade, ainda faz milagres. Ao invés de denegrir sua imagem, melhor seria ajudá-la, como os pioneiros fizeram, e então teríamos um hospital para qualquer tipo de atendimento a contento de todos. O hospital da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pilar do Sul levou 10 anos para ser construído e só começou a funcionar com atendimento ao publico no dia 21/04/1993. No mês de julho de 2007, estará completando 24 anos desde sua fundação.

Graças à boa vontade das autoridades Políticas e Religiosas, Entidades de Classes, Rotary Clube, Corpo Clinico e em especial enerosidade da população, fazem que a Santa Casa tenha condições de funcionamento continuo.

 

VENCEMOS

Este relato foi o que aconteceu antes da fundação e durante a minha gestão.

Autor: Benedito Ferreira de Campos

Primeiro Provedor

Pilar do Sul 10 de Abril de 2007